1. Mário Soares parece ter uma habilidade especial em despertar incidentes que só lhe dão benefícios. É uma forma especial de consequência da demagogia. Esta não vem no Público, mas houve uma notícia a fazer-me lembrar as piores características de MS. Há dias, recordando a morte de Sá Carneiro e de Snu Abecassis, disse que ela deve ter desempenhado um papel muito importante na vida de Sá Carneiro. Anos atrás, em campanha contra este, afirmou que quem não é capaz de governar a sua família não é capaz de governar o país. O homem terá mudado?
2. "O candidato presidencial Francisco Louçã afirmou hoje na Madeira que destituiria Alberto João Jardim da presidência do governo regional no caso de existirem graves perturbações no funcionamento das instituições", sublinhando no entanto que o chefe de Estado "só deve pôr em causa um governo perante gravíssimas violações e perante factos concretos que ponham em causa a existência de regras essenciais".
Concordo e acho que já houve milhentas razões para justificar a dissolução dos órgãos regionais madeirenses. No entanto, a politica tem as suas regras: em que posição ficaria o PR se convocasse eleições na Madeira e AJJ as vencesse outra vez, talvez até com maioria mais larga do que a que tinha antes? Acho que só ficaria com margem de manobra para convocar um referendo a saber se Portugal quer ser independente da Madeira, como uma vez escreveu Vital Moreira.
3. Disse Mário Soares: "Durante o PREC, participei em muitas acções fundamentais para defender a religião católica, em particular em Braga". Lembro-me bem. Foram comícios em franca colaboração com o cónego Melo e que terminaram sempre na destruição das sedes dos partidos de esquerda.
4. "O secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Sócrates, apelou à mobilização de todos os que defendem os "valores de uma esquerda democrática e moderna" em volta da candidatura de Mário Soares à Presidência da República. Discursando anteontem durante um jantar de Natal da federação distrital do PS- Viseu, que segundo a organização reuniu 1300 pessoas, o líder partidário realçou que "esta eleição não é neutra" porque o que está em causa é "a escolha entre um projecto de direita ou um projecto de centro esquerda". "A esquerda só pode ter uma vitória com um político que sabe falar ao centro, um político moderado e equilibrado, que se dirige a todos os portugueses e que tem apoios em todo o lado. Ninguém que seja muito à esquerda pode ambicionar ganhar uma eleição presidencial", avisou. Por isso, para que não restem eventuais dúvidas, José Sócrates reiterou que o único candidato apoiado pelo PS é Mário Soares porque é quem "melhor representa os valores e projectos políticos de uma esquerda democrática moderna e moderada em Portugal".
Muito teria isto que se lhe diga, até, principalmente, fora do contexto das presidenciais. O próprio Soares tem dado a entender que as eleições serão um momento de confronto entre esquerda e direita. Para Sócrates, desapareceu a esquerda e o confronto é entre direita e centro-esquerda. Fico a saber em que quadrante ele se posiciona e o seu governo.
Depois, esquerda democrática moderna, com o que concordo, associada em definição a moderada. Também fico esclarecido. De moderação em moderação até à direita final.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário