13 fevereiro, 2008

A filosofia do humor


Estou ainda com grandes limitações à escrita, mas vou-me tentando. Começo por uma nota curta, sobre a filosofia. É uma coisa com uma diferença essencial com a ciência. Não é preciso ser-se cientista para saber ciência, pode-se recorrer a educação de bom nível ou até a boa divulgação. O que é impossível é um não cientista fazer ciência.

No caso da filosofia é diferente. Vou considerar como filósofo, por analogia com o cientista, o erudito, profissional, com grande informação e conhecimento do essencial do pensamento filosófico histórico. Serão uns milhares de pessoas. Mas há muitos mais "filósofos". Não vou referir o caso limite da "filosofia espontânea", discutida por Althuser, mas mais o caso de pessoas que, em variadas actividades, na sua reflexão, na visão do mundo, da sociedade e do homem, fazem filosofia, talvez a um grau menor de elaboração, mas decerto, com frequência, muito rica, no sentido em que mais valorizo a filosofia: fazer os outros reflectirem.

Até o humor permite isto, por vezes com que eficácia! Vem isto a propósito de ter sido agora publicado um livro que obviamente já encomendei, "A Filosofia segundo Woody Allen". Não se enganem, não é mais um dos magníficos livros de humor do complexado-mor.

É um livro escrito por quinze eminentes filósofos, académicos, que passam a escrito aquilo que costumam fazer, usar nas suas aulas e discutir com os alunos o forte conteúdo filosófico que está por detrás de cada piada de Woody Allen.

Enquanto não lerem o livro, façam um exercício: leiam com olhos de filósofos a colecção de citações de Woody Allen que tenho no meu "site". Poucas, vou ter de completar a lista.

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