P. S. (7.1.2009, 23:12) - Liguei agora a televisão e ouço novamente MS, a ser entrevistado creio que por Clara Ferreira Alves. O primeiro acto da comédia, de que falei ontem, ainda dava margem para alguma benevolência. Ao ver este segundo acto, digo "chega". Faço duas perguntas. 1. Não há ninguém no extenso círculo soarista, a começar pelo filho, que consiga controlar um pouco a visibilidade dos males da idade? 2. Quem está interessado em expor na comunicação social este espectáculo doloroso?
Fico ainda a observar uma coisa mais agradável. Nestas conversas de agora, MS fala com evidentes limitações intelectuais mas, felizmente, agora que o seu controlo mental já não é possível nem necessário, vem-lhe ao de cima um discurso pobre, mesmo banal, quase que politicamente infantil, mas encantadoramente rico de valores de esquerda, de solidariedade, de combate. Quero crer que, esquecidos todos os episódios tristes de tacticismo político, de oportunismo, de desenho do que é hoje o PS, esta é a substância nuclear do homem MS.
3 comentários:
Quando (e enquanto) teve poder, MÁRIO SOARES foi de uma incoerência atroz.
Agora, que a idade pesa e já não tem poder, fica-lhe bem dizer coisas bonitas ... não sem que, de vez em quando, continue a 'dar uma no cravo e outra na ferradura'.
O que acontece é que, estando ele erigido em (único)'pai da democracia portuguesa', beneficia duma muito boa imprensa.
Mas ... até no PS houve (p.ex., ZENHA) e há HOMENS (p. ex. ARNAUT)de grande estatura, que estranhamente não são considerados na 'paternidade' da democracia.
E a gente de outros partidos, que sofreu prisões intermináveis e pagou inclusivamente com a vida, para que a democracia fosse possível ?
A idade não perdoa ...
O autor do B.N. faz bem em retirar-se e deixar-nos com o que resta do grande MÁRIO.Não pretenda estar menos senil do que ele. Os afectos não se regateiam; ou estamos disponíveis para os dar ou não. Boa viagem
Anónimo, vamos lá a falar a sério. Neste texto, tratei MS com respeito, com simpatia. Mas daí a ser o "grande Mário", vão léguas. MS nunca foi grande, foi sempre um exemplo típico do que de mediano tem o português "típico". Onde se pode ler uma ideia luminosa e criadora de MS? O que fez MS que faça esquecer a sua incoerência, o seu oportunismo, o seu tacticismo (por exemplo, alguma vez explicou o aborto ideológico que foi o seu II governo, com o CDS?)?
O anónimo bebe MS, é evidente, e está no seu direito. Mas não é certamente um bom exemplo de abertura mental. Aliás, nem o tom geral do seu comentário, por exemplo no que se me refere. No entanto, acho ilustrativo e interessante publicar o seu comentário medíocre.
Enviar um comentário