Já escrevi milhentas vezes que tenho grande aversão pela linguagem politicamente correcta, mas abro hoje uma excepção. Em relação ao execrável assassinato de um/a transsexual no Porto, devo escrever Gisberto ou Gisberta? Oficialmente, era um homem. Para sua infelicidade, nunca conseguiu os meios para a sua conversão física e civil ao género em que se sentia psicologicamente feliz.
Os jornais estão a referi-la no feminino e chamando-a Gisberta. Parece-me ruma bonita homenagem e associo-me a ela. Pobre e infeliz Gisberta! Mas também pobres e infelizes crianças, transformadas tão cedo em monstros. Não teremos todos um pequeno grão de culpa por esta sociedade?
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