Boa parte das amizades do MM tem sido feita à volta da música, como amador, mas amador com grande seriedade e sentido da responsabilidade artística. Lá leva atrás os amigos para variados sítios, bares, cafés, coisas interessantes que vou descobrindo (por exemplo, o Melkia em Telheiras), em merecida peregrinação, noites divertidas em que música, histórias de ontem e hoje, amigos divertidos, se misturam em grande festança alegre a acabar antes no derrame já obnubilado da camarata de Guadalupe, que Nª. Sª. dos Almendres haja.
Mistura rica, disse, mas em que se destaca a música, variada. São os blues do conjunto com o Michel Mounier (ex-1111) e o Bagorro, às vezes com o sax do Zé Tó Amaral. Ou a banda a virar para a bossa nova, agora sem a efémera mas magnífica colaboração da voz da Letícia. Mais recentemente, uma nova experiência, muito bem conseguida, dos dois Manueis, Mota e Cintra, só canto de MPB e violão, registo muito comedido, mas de grande qualidade. Manuel Cintra tem uma boa voz, cheia e vibrante e canta/diz com uma expressividade de poeta que lhe dá um registo vincadamente pessoal das canções célebres de Chico, Caetano, Jobim, Caymmi. MM acompanha com o nível muitas vezes difícil de conseguir do volume que se nota, se reconhece, se aprecia, mas que não abafa o parceiro.
MM e amigos, eles andam por aí, vão a todas, tudo por gosto, coisa funda nas memórias cinquentonas. Avisarei quando os puderem ouvir, que vale a pena. E não só ouvir, também o convívio de amigos, comes e bebes, depois da música.
P. S. - Esqueci-me, imperdoavelmente, de referir o nome artístico do Manuel Cintra: M. C. Punhetas e Cardoso.
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