Sobre o Público de hoje:
1. Escreve Frei Bento Domingues : "Se houvesse, nas religiões, mais humoristas do que apologetas e fanáticos, talvez elas pudessem manifestar melhor o humor de Deus". Muito interessante, escrito por um padre. Mas acho que se Deus tem humor, é um humor negro "infinitamente divino", quando se vê a humanidade que ele criou.
2. Mário Mesquita, exemplificando a volubilidade das convicções em função de experiências concretas, refere um amigo marroquino, muito moderado no seu islamismo, mas que virou ao contrário com o caso Rushdie. Não é só entre muçulmanos. Tenho um bom amigo americano que é exemplo do "liberal", senão mesmo do "radical". Depois do 11 de Setembro, passou sempre a usar a bandeira americana na lapela e converteu-se em grande defensor do "Patriot Act".
3. Álvaro de Vasconcelos lembra muito bem que a onda actual de fundamentalismo islâmico tem muito a ver com o fracasso do nacionalismo árabe laico, progressista e muito radicado em lutas anti-coloniais ou anti-imperialistas. Se o ocidente tivesse lidado de outra forma com Ben Bella, Nasser, os primeiros líderes do Baas, Soekarno, Mossadegh, até Khadafi, a história hoje seria outra. E seria interessante recuar até à 1ª guerra, no fim da qual os nacionalistas árabes foram traídos em relação às expectativas que Lawrence (o da Arábia) lhes tinha transmitido.
4. Um grupo de gente conhecida de direita está a tentar recolher assinaturas para um referendo com as seguintes perguntas:
"Concorda que a lei permita a criação de embriões humanos em número superior àquele que deva ser transferido para a mãe imediatamente e de uma só vez?"
"Concorda que a lei permita a geração de um filho sem um pai e uma mãe biológicos unidos entre si por uma relação estável?" e
"Concorda que a lei admita o recurso à maternidade de substituição permitindo a gestação no útero de uma mulher de um filho que não é biologicamente seu?"
Responderei que sim às três perguntas, embora com algumas dúvidas quanto à última.
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