08 agosto, 2007

O caso Dalila Rodrigues (II)

Dividi esta minha discussão por dois textos, para evitar confusões. Antes falei de Dalila Rodrigues, agora vou falar do director, Bairrão Oleiro, ou da ministra. Discordar do comportamento de Dalila Rodrigues não significa obrigatoriamente concordar politicamente com aqueles. Simplesmente, eles devem ser criticados é politicamente, eventualmente penalizados pelo grande juiz, o eleitorado, não por qualquer movimento de apoio a uma pessoa que não é vítima de nada.

Só duas notas. A primeira, a mais importante, refere-se à sobranceria política. DR formulou críticas públicas, obviamente sérias, concorde-se ou não. Se o devia ou não ter feito, não é o que quero discutir. A verdade é que as fez e não foi qualquer pessoa a fazê-lo, foi uma directora de museu que granjeou grande reputação. Só um arrogante político é que não se sente no dever de as discutir, primeiro com a autora, eventualmente até com certa publicidade. Mal está um governante que julga ter o exclusivo da razão. Mal por ele, exemplo de atituded intelectualmente menor, mas principalmente mal pelo interesse público.

O segundo aspecto refere-se à inabilidade política. O mandato de DR terminaria em Novembro. Descontado Agosto inútil, seriam mais dois meses. Ninguém teve o bom senso politico de aguentar dois simples mesinhos e depois, calmamente, não renovar o mandato, sem levantar ondas?

Quando é que se aprende nesta terra que política é toda uma arte e traquejo (ou mesmo ciência) que não se reduz a uma boa capacidade profissional? Daí, em boa parte, o fracasso geral dos "independentes".

Concluo com uma fórmula que sintetiza um pouco o que penso deste governo: faz coisas acertadas, mas com arrogância e inabilidade política. Nas próximas eleições, talvez ele e o PS aprendam que o "como" pode pesar mais do que o "quê".

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